Mariana Stefenon
Acadêmica do curso de Pedagogia do Centro de Ensino Superior Cenecista de Farroupilha.
O livro, “Uma Professora muito maluquinha”, foi publicada em 1982, apresentando cerca de 117 páginas que conta em poucas palavras a atuação de uma professora que consegue tornar a busca do conhecimento o maior anseio de seus alunos. A história se passa em uma pequena cidade do interior, onde a professorinha, conhecida como maluquinha, transforma a vida de seus alunos, tendo em seu desfecho uma despedida inesquecível para cada uma daquelas crianças. O livro é estruturado de forma sequencial, através de uma leitura suave e repleta de deliciosas ilustrações.
No primeiro dia de aula, uma bela professora surge na sala e em poucos instantes conquista cada um de seus trinta alunos. Suas aulas alimentavam o espírito de respeito mútuo, o exercício da democracia e a valorização de cada indivíduo dentro de suas diferenças. A imensa vontade de aprender por parte dos alunos, provocava espanto, alvoroço, além de muitas criticas por parte das outras professoras e do padreco. Ao término do ano letivo a professora tinha convicção que seus alunos estavam prontos para passarem de ano sem precisarem fazer as provas finais, mas isso lhe custou a saída da escola e sua substituição. O imenso carinho por todas as crianças a fez oferecer aulas de reforço no contra turno escolar. Durante o curso sempre era possível perceber a professorinha e o boêmio trocando olhares carinhosos e conversas. Um dia veio a notícia de que a professora havia fugido com o namorado boêmio. A cidade tremia diante de tanto estardalhaço, mas as crianças preocupavam-se em decifrar o bilhete deixado pela professorinha, que dizia que ela iria buscar a felicidade, pois ninguém poderia ser feliz sozinho.
A metodologia usada pela professora maluquinha deveria ser praticada nos dias atuais, pois ela identifica o que as crianças conseguem fazer sozinhas e o que elas estão perto de conseguir fazer, sendo essas as duas principais habilidades que um professor precisa reconhecer em seus alunos, segundo Vygotsky. Todo aprendizado é necessariamente mediado, e isso torna o papel do ensino e do professor mais ativo e determinante, sendo este um objetivo a ser aprimorado na educação da era digital. Acredito que esta obra é um grande exemplo de inovação para a escola, pois foge dos métodos tradicionais de ensino, transformando a educação em um ato lúdico e prazeroso. Sua leitura é importante a todos que atuam na educação infantil e nos anos iniciais, pois é a partir da base que se constrói uma estrutura firme e de qualidade.
Ziraldo Alves Pinto começou sua carreira nos anos 50 em jornais e revistas de expressão. Lançou a primeira revista em quadrinhos brasileira: A Turma do Pererê e publicou livros como FLICTS, O Menino Maluquinho, e muitos outros.