sexta-feira, 31 de agosto de 2012

BRINQUEDOTECA: ARQUITETURAS DE JOGOS E BRINQUEDOS

Angélica Bellaver, Bruna P. Soares, Daiana M. Cezar, Édina I. dos Santos, Marcieli Possa, Marilúcia Bordignon, Pâmela Onzi, Pâmela dos Santos, Priscila Rossi, Thaís D. Silva[1]
Orientação: Profa. Ms. Rochele Andreazza Maciel[2]

O Curso de Pedagogia do CESF (Centro de Ensino Superior Cenecista de Farroupilha) possui Projetos Especiais, dentre eles a Brinquedoteca.  A Brinquedoteca é um espaço educativo destinado a crianças, acadêmicos do curso e a comunidade em geral. Inclui em seus objetivos ampliar a formação teórico/pratica dos acadêmicos, incentivando a pesquisa e o desenvolvimento de atividades complementares.
Neste primeiro semestre de 2012, a Brinquedoteca do CESF conta com dez participantes, estudantes do Curso de Pedagogia, sob a orientação da professora Rochele A. Maciel para desenvolver o projeto “Arquiteturas de jogos e brinquedos”.
Nesse sentido, as atividades propostas desenvolvidas permitem a aquisição/ressignificação de conhecimentos, que se movimentam em direção ao saber. Desse modo, o projeto transcorreu inicialmente por meio da discussão entre os participantes na elaboração do planejamento dos encontros. Após, dividiu-se as atividades por etapas, entre jogos e brinquedos e escolheram-se as temáticas para a construção destes. No caso, a opção do grupo após várias reflexões acerca de temáticas que envolviam datas comemorativas e jogos antigos foi de realizar atividades com material reciclável.
A partir daí, individualmente cada acadêmica pesquisou, arquitetou e confeccionou seu jogo. Foi trabalhoso, claro, mas o resultado foi surpreendente! Na parte dos brinquedos, cada uma construiu também o seu com material reciclável.
Depois disso, passamos a descrever como os jogos e os brinquedos foram construídos,  materiais necessários, e por fim qual sua finalidade num contexto escolar e não escolar. Ao final de tudo, conseguimos perceber a diferença entre jogos e brinquedos, o que na maioria das vezes costuma ser confundido pelas pessoas. Pois estes ajudam a desenvolver habilidades motoras, cognitivas, sociais e etc.
Portanto, refletir sobre as atividades complementares vivenciadas durante esse semestre a fim de ampliar nossa formação teórico/pratica, necessita de pesquisa, orientação, planejamento e criatividade.


[1] Acadêmicas do Curso de Pedagogia do Cesf, matriculadas no projeto do Laboratório de Aprendizagem – Brinquedoteca.

[2] Professora do Curso de Pedagogia do Cesf e coordenadora do Laboratório de Aprendizagem.










A Mágica da Reconstrução

Na disciplina de Didática das Ciências, foi realizada a atividade de Oficinas a partir de material de sucata, o objetivo foi confeccionar material didático e/ou pedagógico utilizando resíduos de descartes, para assim perceber que é possível preservar melhor os recursos naturais, incluindo essa prática no trabalho docente e consequentemente formando hábitos de cidadania em relação aos cuidados com nosso Planeta. 
Prof. Janete Fassini Alves


JOGO: Vamos colher flores?
Objetivo:
·        Fixar a ideia de subtração.
·        Proporcionar um momento de distração com aprendizado.
Modo de jogar: cada participante receberá o seu jardim (12 flores e a base), após de decidir quem iniciará o jogo. Cada participante na sua vez joga o dado e segue o que ele indica.
O dado:
·        2= colhem duas flores
·        1 = colhe uma flor
·        Flor cortada = passa a vez
·        Flor inteira = coloca todas as flores de volta
Vence quem colher todas as flores por primeiro.
VARIAÇÕES:
·        Ideia de adição
·        Trabalhar com a ideia de conscientização: Posso colher flores? Onde? Quantas?
·        O que pode ser colhido?
·        Colheita sem controle X Desmatamento

Acadêmicas: Andriele e Suélen
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Tema:
Pilhixo Coletor de Pilhas
Objetivo:
A construção de um boneco coletor de pilhas, para proporcionar as crianças o conhecimento de que estas podem causar graves danos ao meio ambiente se
descartadas em lixo comum.

Materias:
5 caixas de leite;
4 de leite de soja ou sucos;
2 tampinhas de pet;
Cola quente
Tesoura
Lápis
Fita adesiva
Caixinha de todinho

Desenvolvimento
1 Cortar os fundos das caixas de leite, após junta-las com a fita crepe larga;
2 Para fazer o pescoço usaremos uma caixa de todinho e colaremos a cabeça com cola quente.
3 Após usaremos as outras duas caixas de suco para fazer as pernas
4 Para fazer os braços usaremos duas caixas de suco pequena
5 E por último fazer um corte no centro da caixa, onde serão colocadas as pilhas.
6 Para enfeitar o rosto do boneco usaremos duas tampas de pet para os olhos e outra para o nariz.
Acadêmicas: Kátia Cecato e Silvia Giliotto

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Material Pedagógico ( com material reciclável )

Titulo
Quem sou eu?

Objetivo
Aquisição de conhecimento de maneira divertida permitindo ao aluno a obtenção hábitos relacionados a reutilização de materiais.

Material
Revista, papelão, caneta, tesoura, cola, lápis, régua.

Modo de Fazer
Recortar imagens de: objetos, figuras, pessoas e etc, a fim de criar um dominó. Recortar 28 retângulos de 5 cm x 10 cm do papelão, dividindo em duas partes através de um risco. Em uma das metades colar uma das figuras selecionadas e na outra metade escrever o nome de outra figura, certificando-se de escrever o nome de todas as figuras.


ACADÊMICAS: RUDINÉIA RIBEIRO, SIMONE POLONI E MARINA SALVATI
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TEMA: Porta Canetas com mosaico
MATERIAL NECESSÁRIO:
- rolo de papel higiênico (somente o canudo),
- revistas para recorte,
- um pedaço de papelão de aproximadamente 20cm x 20cm,
-  cola,
-  tesoura.
OBJETIVO: Reutilizar materiais sem utilidade, desenvolver  capacidade de reciclar, trabalhando artes com os alunos por meio do mosaico.
DESENVOLVIMENTO:
- Iniciar com conversa sobre o assunto “importância da reciclagem”;
- Cada aluno irá confeccionar o seu porta canetas;
- BASE: forrar o papelão com pedaços pequenos de revista rasgada. Colar.
- CANUDO: forrar da mesma forma da base, porém aqui os alunos podem  montar imagens de recorte de revista ou ainda seu nome com as letras (recorte ).
-Para finalizar, passar cola em todo o porta canetas para que ele fique com aspecto brilhante.
ACADÊMICAS: ANA PAULA SOMACAL, MIRIÃ REZENDE

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Título: Lixeira Ecológica
Objetivo: Propor uma atividade de produção, na qual os alunos terão que confeccionar uma lixeira usando materiais recicláveis, para que desenvolvam a conscientização da preservação da natureza procurando reutilizá-los.
Modo de fazer:  Cortar as laterais das caixas de leite, deixando a parte de dentro da caixa para fora, após colar as extremidades com fita durex formando um lindo lixo reciclável.
Acadêmicas: Aline Capovilla e Sandra Lazzari
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Jogo: Aquário de operações matemáticas

Materiais:
8 caixas de leite (abertas)
2 folhas coloridas
retalhos de EVA
8 discos de isopor de pizza
2 folhas de EVA azul, ou tinta azul, ou folha colorida.
1 palito de picolé
Pedaço de arame ou clips
 Objetivo do jogo:
 - Despertar o prazer nas crianças em resolver operações matemáticas de uma maneira divertida
- Diferenciar o peixe maior do menor
- Trabalhar com gêneros feminino e masculino
 Modo de fazer:
- Com as caixinhas de leite serão feitos os peixes, os mesmos serão perfurados para a realização da pesca das operações e seus resultados, os mesmo vão ser identificados como feminino e masculino, onde o masculino irá ter um chapéu e o peixe  feminino terá uma flor.
- Com os disco será feito a confecção de dois aquários um para operações e outro para respostas.
- Com o palito de churrasco será feito um anzol para realização da pesca.
Acadêmicas: Alana e Luiza
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 Ábaco UNIDECEMIL
Objetivo:
            Auxiliar na distinção das classes numéricas (unidade, dezena, centena e milhar) utilizando-se do recurso da reciclagem com principal matéria prima, para que assim a teoria matemática possa ser experimentada na forma prática do ensino das Ciências.
Materiais:
            - Uma caixa de sapato, com a tampa solta.
            - Uma Folha de papel A4 Colorida ( Cor de preferência de cada um)
            - Barbante
            - Palito de Dente
            - 9 botões de 4 cores diferentes.
Modo de Fazer:
            Com a caixa de sapato, cole no fundo da mesma a folha colorida, divida-a em 4 partes, fazendo um furinho nas laterais para posteriormente fixar os barbantes.
            Corte o barbante da largura da caixa, deixando sobrar uma pontinha para cada lado, onde será prezo um pedacinho de palito de dente para fixar o barbante no furo feito anteriormente. Uma vez que seja fixado um lado do barbante, passe no mesmo 9 botões da mesma cor e fixe a outra ponta. Repita a ação nos quatro barbantes, após com canetinhas no fundo da caixa identifique de cima para baixo as linhas com: Unidade, Dezena, Centena e Milhar.
            Pronto! Você confeccionou de forma ecológica um funcional ábaco, um grande facilitador de entendimento de cálculos e classes numéricas.
Acadêmicas: Cristine e Juciléia
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TEMA: Dado confeccionado com garrafa PET
OBJETIVO: O objetivo da atividade é confeccionar um dado a partir de sucata – 2 garrafas PET – e fita adesiva.
O dado poderá ser utilizado em diversas atividades em sala de aula, como por exemplo, em jogos matemáticos.
MODO DE FAZER: Corta-se a garrafa PET em duas partes, separando a parte lisa do meio da garrafa. Essa “tira plástica” deverá ficar com 7 cm, depois disso, deverá ser dobrada em quatro partes iguais. O mesmo deverá ser feito com a outra garrafa: corta-se e dobra-se, formando um quadrado. Para finalizar, os dois quadrados são encaixados e as emendas são unidas com fita adesiva.
Para se fazer os números, podemos usar papel colorido e colar no dado ou ainda recortar pedaços de papel contact colorido e colocar no dado.
MATERIAL NECESSÁRIO:
- 2 garrafas PET (não pode ser a garrafa de Pepsi – que é meia abaloada – nem a de coca cola que tem aqueles “gominhos” no meio). Tem que ser a garrafa PET que é toda lisa, a cor, não importa.
- Tesoura,
- Fita adesiva (durex).
Acadêmicas; Bruna Fontanive e Daiane Brustolin

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JOGO DA MEMÓRIA 3D FIGURA E PALAVRA
Objetivo: Estimular a atenção, concentração e a capacidade de relacionar as imagens com as palavras, através da atividade lúdica pedagógica para que as crianças desenvolvam o senso de organização, o espírito crítico e competitivo, o respeito mútuo, além de aprenderem e fixarem conteúdos com muito mais facilidade.
Desenvolvimento:
Materiais
-10 garrafas pet (do mesmo tamanho, se possível 6oo ml);
- tinta especial para garrafa pet;
- tinta de tecido ou tinta guache (têmpera);
- cola;
- tesoura;
- revistas, jornais ou livros para recortes;
- folha de ofício;
Modo de fazer
Recortar as garrafas um pouco acima da metade. Nas revistas, recortar animais, tipos de lixo, coisas relacionadas ao meio ambiente, etc. Colar os recortes no interior da garrafa e após  escrever os nomes das figuras selecionadas na folha de ofício e colar da mesma maneira nas outras garrafas, após pintar as garrafas primeiramente com a tinta para garrafa pet, deixe secar para depois usar a tinta colorida.
 Procedimentos do jogo: A proposta é que cada aluno ache os pares correspondentes de figura e palavra. Cada aluno terá uma chance de abrir duas peças, se errar passa a vez para o colega e se acertar pode abrir mais duas peças e assim por diante até o próximo erro.
Acadêmicas: Maysa e Tanara
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Tema/ título:  Pluviômetro
Objetivo:       Confeccionar um Pluviômetro a fim de perceber a utilidade desse instrumento que se destina a registrar a quantidade de precipitação(água da chuva) ocorrida em um determinado espaço de tempo.
Desenvolvimento
Materiais
- 1 garrafa pet de 2 litros
-fita adesiva
-régua
-tesoura
-um cabo de vassoura ou um pedaço de madeira de 1,50m
Metodologia para a construção
-Cortar a garrafa pet em duas partes, cerca de quinze cm abaixo do gargalo.
-Inverter a posição da garrafa, deixando a abertura maior para cima e aparte do gargalo para baixo, a fim de que sirva como funil, na boca da garrafa para diminuir evaporação.
-Fixar com fita adesiva, na parte exterior da garrafa, a régua que servirá para marcar.
-Colocar o pluviômetro em local previamente escolhido para captação da água da chuva, observada a distância do solo de 1,50 m e de árvores ou construções.
Em sala de aula podemos trabalhar para medir os índices pluviométricos nas diferentes estações do ano, utilizando os seguintes passos:
-Observar a captação da água, após cada chuva, dentro de um prazo estipulado, e ler o resultado da captação.
-Calcular o índice pluviométrico, sendo
IP: volume(ml: cm³)
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     Área (cm²)
-Comparar os índices apurados em diferentes situações de coleta da água.
-A quantidade de chuva é medida pela quantidade de água coletada, contida no pluviômetro, dentro do prazo estipulado.
-Construir relatório coletivamente com os alunos.
      Referências Bibliográficas
Revista do Professor, Abril a Junho de 2008- ANO XXIV- número 94. Pág 26.
            Acadêmicas: Alisandra Menzen, Marilúcia Bordignon, Gisele Colussi
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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O QUE DEFINE UM BOM PROFESSOR?

Esse questionamento, um tanto quanto ousado, ocupou lugar de destaque entre os alunos da disciplina de Políticas Educacionais e Legislação, do curso de Pedagogia do CESF, durante o 1º semestre de 2012. Como síntese de nossos estudos e discussões, chegamos as seguintes conclusões, passíveis de outras análises e contribuições.
Atualmente, vivemos numa sociedade que se defronta com vários dilemas e passa por grandes transformações, sejam elas no âmbito social, político ou econômico. Consequentemente, também se verifica um redimensionamento na percepção do que é educar e qual a melhor forma para se fazer isso, uma vez que a cada modelo de Estado corresponde, também, uma proposta de educação.
A inserção das novas tecnologias na sociedade e na educação, a implementação de políticas educacionais que visam à inclusão de todos na escola e a percepção de que o aluno é um sujeito ativo no processo de ensino e aprendizagem são situações que têm exigido do professor uma postura e uma prática pedagógica diferenciada. Mas qual deve ser o perfil deve novo professor, a fim de que tenha condições de atender as demandas educacionais de nosso tempo?
São inúmeras as possibilidades de resposta a essa questão, entre elas: ter uma boa formação inicial, traçar metas ambiciosas para aprendizagem dos alunos, envolver as famílias na educação dos filhos, interligar os saberes pedagógicos com a realidade do aluno, buscar aperfeiçoamento profissional continuado, saber trabalhar em equipe, ser interdisciplinar, dar aulas com empenho e eficiência, ser afetivo, estar aberto às mudanças, acreditar e gostar do que está fazendo, ter capacidade de habilitar os educandos com conhecimentos e atitudes necessárias para se inserirem no mercado de trabalho.
Entretanto, numa perspectiva humanizadora, o talento do educador também está associado à prática de uma filosofia de trabalho imbuída de um sentido que está além da tarefa de educar. Ou seja, este profissional deve preparar as crianças e os jovens para a retomada da condição humana, auxiliando-os, através do questionamento e da reflexão, a serem livres, desenvolver a consciência, preservar os sentimentos, as emoções e as escolhas positivas diante da vida, aspectos que diferenciam o ser humano dos outros seres vivos. O grande desafio está em como fazer isso, se vivemos numa sociedade altamente competitiva, excludente e individualista, onde valores como solidariedade e respeito mútuo são “artigo” raro.
É exatamente ai que reside a importância da função social do professor; o ser humano somente consegue se conscientizar dos problemas do mundo e mudar de rumo, quando alguém o questiona, o faz pensar, quando consegue voltar-se sobre si mesmo e refletir sobre sua atuação com e no mundo. Segundo Paulo Freire, a reflexão leva à ampliação da consciência, ao conhecimento das verdadeiras razões da estruturação dos fenômenos, e essa conscientização leva a libertação, na medida em que liberta o indivíduo das suas ignorâncias, mitos, lacunas, medos e condicionamentos que construiu a partir do seu entorno existencial. No fundo, essa é uma postura pedagógica radical - vai à raiz da questão - pois transforma o professor em uma liderança política, que exerce cidadania e que forma os alunos para serem cidadãos atuantes e co-responsáveis no mundo.
Considerando que educar é a própria ação de conseguir respostas às perguntas fundamentais que desafiam o ser humano a se desenvolver e evoluir, acreditamos que contribuir para ampliar a conscientização dos indivíduos é o verdadeiro sentido de uma educação como prática da liberdade. Somente o ato de educar que parte da reflexão e favorece o despertar da consciência, pode ser um ensino verdadeiramente libertador e humanizador, na medida em que estimula os educandos tornarem-se seres humanos conscientes, livres, comprometidos e responsáveis por seus atos.



Professora e alunos da disciplina de Políticas Educacionais e Legislação- 2012/1

REFLEXÕES SOBRE IDEIAS DE INFÂNCIA E LITERATURA INFANTIL

Indiene T. Souto

Antes de estabelecer qualquer relação entre as concepções de infância, temos que levar em conta que a Literatura Infantil só foi reconhecida como gênero literário por volta do século XVII. Então, nessa época as crianças eram consideradas ‘adultos em miniatura’, não brincavam com outras crianças, vestiam-se como adultos, e a elas eram dadas certas obrigações que deveriam ser  cumpridas.
A criança não possuía autonomia, senso crítico e tinha que acatar as decisões de seus pais. Leitura não existia, as crianças ouviam as conversas, ou os contos que eles compartilhavam. A Literatura Infantil obteve um grande avanço, com os contos populares, as fábulas que não ficaram esquecidas e são contadas até hoje, seja nas escolas, ou até mesmo em casa. Com o avanço da tecnologia, as fábulas e contos viraram belíssimos filmes, e tentam resgatar um pouco da imagem da infância que seus pais tiveram, mas de um modo inovador. Hoje, possuímos um vasto acervo de livros com imagens em 3D, livros que formam cenários, livros específicos para bebês, para banho, livros musicais, sonoros.
Com o passar dos anos e ascensão desse mercado, alguns paradigmas foram rompidos, indicando que a criança é um sujeito que aprende brincando, um ser exigente, que interage com o mundo a sua volta e está sempre aberta para as novidades, e espera saciar suas curiosidades, através da leitura, das conversar com os adultos, na escola...
O público leitor mudou, hoje em dia o acesso à leitura, a cultura, é um direito de todos. As escolas e os pais estão com um olhar mais atento para este aspecto, entenderam que leitura desenvolve o senso crítico, a imaginação, a ludicidade, e que nem todo texto está aí apenas para informar, para instruir, ‘moldar’.
E assim se funda o papel da literatura, pois a literatura é a arte da palavra, é um meio de comunicação que os autores têm para passar aos leitores sua visão sobre o mundo, levando-os à reflexão e, muitas vezes à mudança de posição perante a realidade.
Ler é uma questão de hábito, que deve ser estimulado na infância, assim desde pequeno o sujeito aprende que ler é algo importante e principalmente prazeroso, que a leitura é a compreensão do mundo, partindo da leitura a criança se tornará um adulto culto, dinâmico e perspicaz.
DISCIPLINA: LITERATURA INFANTIL NO PROCESSO EDUCATIVO – 2012/01

Do Casulo às Asas

Cristine Schaider Bastos

Vejo a infância em seus primórdios um tanto quanto verde, não daqueles verdes brilhantes e gritantes como as folhas de alguns galhos de árvores que chamam nossa atenção de longe, mas sim um verde com vergonha, um verde sem voz, podendo ser comparada com uma lagarta, que vive em nosso meio, mas que passa por ele despercebidamente, sorrateiramente, quase que de certa forma invisível aos olhos da sociedade que a cercava, ou melhor, que a ignorava.
Esta invisibilidade pode ser explicada por inúmeras hipóteses, uma delas poderia ser o medo da perda, uma vez que as mazelas e doenças eram pouco conhecidas na época e os índices de mortalidade infantil eram gigantescos, ou seja, para os adultos da época, era mais fácil e cômodo ignorar a criança e esperar que ela crescesse e garantisse sua presença no mundo para depois reconhecê-la como um ser único e poder amá-la. Há também a questão da dificuldade econômica, já que, inúmeras vezes um número grande de filhos significavam mais mão de obra, e como consequência essa criança nascia já designada mais ao trabalho do que ao afeto.
Com o passar dos anos, esta visão social da infância passou por um processo de maturação, como a lagarta, que com seu verde sem voz e despercebido, fechou-se em um casulo mistificado por valores sociais que aos poucos foram sendo esquecidos e substituídos por valores novos, surgindo assim uma infância que a cada dia se assemelha mais a uma linda borboleta, que trouxe cor, sentimento e identidade às crianças anteriormente esquecidas.
Surge assim a infância que conhecemos atualmente, onde a criança se transformou no centro familiar e assumiu papéis sociais importantes como o de consumidor, onde: moda, brinquedos, acessórios, itens de perfumaria, jogos e uma infinidade de itens engrandecem a lista de produtos e serviços direcionados a essas borboletinhas, que a cada dia que passa, perpassam por essa metamorfose inconstante e contagiante que é ser CRIANÇA. Afinal, quem de nós, adultos, não deseja todos os dias ser um pouco criança?
DISCIPLINA: LITERATURA INFANTIL NO PROCESSO EDUCATIVO – 2012/01

LEITURA

                                          Laila Pedrozo Domingos

Que bom se todas as pessoas tivessem o gosto pela leitura como eu tenho.
Lembro-me de um episódio de minha infância, que me marcou muito em relação a livros.
Certa vez fui visitar uma vizinha, deveria ter uns quatro ou cinco anos. Quando cheguei lá, ela veio com um livro, sentamos na calçada e ela começou a folhear aquele lindo livro, a história era comum, “Os três porquinhos”, mas o livro...
Esse sim, era grande de capa dura e de desenhos coloridíssimos e letras bem volteadas, era um sonho, ele me encheu os olhos, poderia não entender o que ali estava escrito, mas me lembro da emoção que senti quando pude pegá-lo.
Creio que os livros fazem isso, que a leitura nos transporta para algo maravilhoso que só quem sabe ler e quem gosta desfruta.
Certamente, se essa pessoa que me mostrou o livro estivesse ainda aqui, entre nós, ela estaria feliz por saber que aquele simples gesto me fez uma apreciadora de livros.                                                                                                                                                                                                                                                                        

DISCIPLINA: Estudos da Linguagem – 2012/01

A LEITURA BATEU À MINHA PORTA E EU ABRI

                                                                                             Katia Maria Hammes
A leitura bateu à minha porta e eu a abri, assim posso dizer em tom que desperta em mim muitos sentimentos, sentimentos estes que irei desabrochando ao longo de minha vida, afinal esta história começou cedo, na escola deu-se o inÍcio claro.
Lembro-me que não gostava de ler livros que as professoras nos obrigavam, o que eu gostava mesmo era de poesia. Quem não gosta de rimas e desenhos atraentes que permitem entrar em sintonia com a música sem precisar escutar, com alguém chorando sem ver a pessoa. Enfim, cheguei até a me aventurar a escrever poemas, mas não me saí lá grandes coisas, afinal, não eram tão fácil assim fazer rimas, mas sim ler e se aventurar no mundo da imaginação, porque ser criança é ter o poder de ler e viajar na história. Não que isso eu não tenha mais feito (sonhar ao ler um bom livro), mas as histórias mudam com o passar dos anos e a imaginação também.
Por isso, deixei de lado minha coleção de gibis e livros infantis, hoje doados a minha irmã, para que ela sonhe como eu sonhei (e divirta-se no mundo da leitura). Passei a ter outras coleções, como livros de romance, com os quais muitas vezes sentia o amor, a raiva e tantos outros sentimentos que transbordavam dos livros e, sem perceber, eu e o livro éramos um só.
Aos meus 17anos de idade, lembro-me bem, quando fiz meu título de eleitora, já me sentindo importante, deparei-me com algumas frustrações, pois havia percebido que lia apenas o que queria ou o que gostava. Percebi então que não sabia informações do meu cotidiano, interagir com pessoas estranhas, que não tinha opinião formada para assuntos importantes, principalmente na área política, como: em quem iria votar, quais eram as propostas dos candidatos. A falta de informação e de conhecimento fez com que eu desse mais valor a leitura, pois ler não é apenas para o prazer, mas pra nos comunicarmos com o mundo em que vivemos, pra nos tornarmos críticos e construtivos, sabermos argumentar sobre opiniões e temas diversificados, estarmos sempre informados sobre o que acontece ao nosso redor.
            Assim, concluo uma parte da história de como a leitura mudou minhas perspectivas ao longo de minha vida e a cada dia percebo que a leitura não está somente na escrita, pois podemos ler faces, imagens e gestos, é só sabermos interpretar e veremos que a linguagem está por todos os lados.

DISCIPLINA: Estudos da Linguagem – 2012/01

PRESENTEANDO VALORES

                                                        Júnior de Arruda

            Ao recordar festas de aniversário com palhaços, risadas e doces, páscoas com ovos de chocolate e pegadas de farinha, natais sentado no colo do Papai Noel e enormes listas de desejos, surgem imagens de presentes e situações agradáveis que me remetem a livros e histórias. Sempre fui uma criança curiosa, inquieta, como se precisasse saber tudo o que acontecia ao redor. Brinquedos? Adorava! Mas me roubavam pouco tempo e não me agradavam tanto quanto meus pais gostariam. Na verdade, eu gostava mesmo, era de outro presente...
            Em todos os meus aniversários, na páscoa e no natal, minha querida tia Geni, uma professora de Português calma e centrada, presenteava-me com coleções de livros, alegres e coloridos, fazendo com que minha curiosidade se aguçasse. Confesso que nem sempre os lia. Às vezes riscava, pintava e até inventava a história a partir das ilustrações. Demorei um tempo até pegar gosto pela leitura e pela mágica das letras impressas, mas depois que peguei, não soltei mais. O primeiro livro que lembro ter lido, de verdade, se chamava A Onça Pintada, da coleção Francesinha. Fiquei impressionado com o poder de locomoção das palavras, que me faziam voar sem sair do chão.
Hoje, tenho consciência de que os presentes de tia Geni foram importantíssimos para minha formação intelectual e emocional, sendo que a considero minha iniciadora no mundo da leitura. Através dela, desenvolvi o prazer de ler palavras, inventar imagens e criar mundos. Não existem símbolos que possam expressar o valor de se presentear um livro a alguém, e o que este livro pode representar. É inefável.
“O simples ato da leitura transforma a nossa forma de pensar e enriquece o nosso conhecimento, gerando uma capacidade imensurável de criar o inimaginável.” (Thiago Henrique Miranda)
DISCIPLINA: Estudos da Linguagem – 2012/01

LEITURA, O MELHOR COMEÇO


                                                  Daiane Zamboni

Iniciei minha prática de leitura aos 5 anos. Minha mediadora foi a professora Gislaine, que fazia de tudo para que tivéssemos amor pela leitura, já que meus pais não tinham muito gosto pela leitura e por isso não o passaram para mim.
Porém, foi no Ensino Fundamental, mais precisamente na 6ª série, que descobri o quanto adorava livros, recordo até hoje qual foi o livro que me cativou: “O outro lado da história”. O livro era infanto-juvenil, muito interessante por sinal, tratava-se de um conto de fadas onde os próprios personagens davam sua opinião a cada final de capitulo.
No Ensino Médio, deparei-me com a literatura brasileira, que não me interessou nem um pouco, porém, era necessária sua leitura, e algumas obras como “O Cortiço”, “Iracema” me foram muito úteis tempo depois.
Hoje, procuro ler livros de ficção, pois acho importante mexer com a nossa imaginação. Como trabalho em uma biblioteca, procuro compartilhar a importância de ler um bom livro para um melhor desenvolvimento intelectual.
DISCIPLINA: Estudos da Linguagem – 2012/01