Júnior de Arruda
Ao recordar festas de aniversário com palhaços, risadas e doces, páscoas com ovos de chocolate e pegadas de farinha, natais sentado no colo do Papai Noel e enormes listas de desejos, surgem imagens de presentes e situações agradáveis que me remetem a livros e histórias. Sempre fui uma criança curiosa, inquieta, como se precisasse saber tudo o que acontecia ao redor. Brinquedos? Adorava! Mas me roubavam pouco tempo e não me agradavam tanto quanto meus pais gostariam. Na verdade, eu gostava mesmo, era de outro presente...
Em todos os meus aniversários, na páscoa e no natal, minha querida tia Geni, uma professora de Português calma e centrada, presenteava-me com coleções de livros, alegres e coloridos, fazendo com que minha curiosidade se aguçasse. Confesso que nem sempre os lia. Às vezes riscava, pintava e até inventava a história a partir das ilustrações. Demorei um tempo até pegar gosto pela leitura e pela mágica das letras impressas, mas depois que peguei, não soltei mais. O primeiro livro que lembro ter lido, de verdade, se chamava A Onça Pintada, da coleção Francesinha. Fiquei impressionado com o poder de locomoção das palavras, que me faziam voar sem sair do chão.
Hoje, tenho consciência de que os presentes de tia Geni foram importantíssimos para minha formação intelectual e emocional, sendo que a considero minha iniciadora no mundo da leitura. Através dela, desenvolvi o prazer de ler palavras, inventar imagens e criar mundos. Não existem símbolos que possam expressar o valor de se presentear um livro a alguém, e o que este livro pode representar. É inefável.
“O simples ato da leitura transforma a nossa forma de pensar e enriquece o nosso conhecimento, gerando uma capacidade imensurável de criar o inimaginável.” (Thiago Henrique Miranda)
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